Quero fazer surgir em mim o espírito novo, completo
vazio de violências vis, sem desacato totalmente
inquieto
Prestar minhas condolências aos que puderem escutar
Encher a mão de conchinhas solitárias
vindas do mar
Engoli o velho de mal grado por tempo demais, não
não vou mais me preocupar com coisas vãs.
As estrelas: todo meu amor
Ao meu amor: todas as estrelas do céu
Sem propriedade comprada, mas
no meu pensamento
e naquele cílio que caiu do seu olho que agora
descansa no meu peito.
A nova sociedade, estrela da minha terramar, será tão rubra
como sangue que escorre nas minhas veias
Quero orar sem parecer pecado
Ser livre pra me ajoelhar na grama, sem ter as mãos
atadas ou os pés cortados
Servindo a algum mercado de
mal-grado
Enquanto os lobos são enganados pelo seu próprio objeto inventado
esquecem que somos
no sentido mais radical da palavra
essencialmente
biologicamente
irremediavelmente
coletivos.